Sobre ser enfermeiro e sobre o futuro da Enfermagem
DOI:
https://doi.org/10.31381/cuidado_y_salud.v2i2.1123Resumen
Tenho refletido bastante nos últimos anos sobre o significado de ser enfermeira e de fazer enfermagem e me parece claro que o olhar do enfermeiro é o do profissional de Saúde e não da doença. Isso significa que olho para o indivíduo/família/comunidade que será objeto de cuidado e enxergo este indivíduo/família/comunidade como um todo psicossóciocultural e espiritual, além do biológico. Procuro compreender este indivíduo, suas aspirações, como se adapta ou não a condições internas e de seu ambiente e como posso ser facilitadora nestas dimensões para que sua adaptação alcance o melhor potencial de saúde e auto-cuidado possíveis. Porém, ainda constato pessoas que levam consigo o título de bacharéis em enfermagem e carregam em seu olhar o profissional da doença, que limita o ser/família/comunidade à sua frente a uma queixa ou a um órgão específico e que consideram as dimensões psicossócioculturais-espirituais “enrolação” e parte absolutamente secundária a ser tratada. Esta forma de pensar - creiam-me – é diametralmente oposta ao sentido filosófico da Enfermagem desde seus primórdios e que faz desta uma profissão essencial ao futuro da humanidade.